"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011







O RETRATO

Arlene Miranda


Olhar parado na velha moldura,
Lembrança de quem foi um grande amante.
Conserva, ainda, a mesma candura
E o brilho na pupila rutilante.


Os doces sonhos que deixou pra trás
Ardem na brasa de extremos fulgores,
Mesmo que dele já não restem mais
Lembranças vivas de velhos amores.


Igual a mim, que morro lentamente,
Qual anciã que vem perdendo o viço,
Em silêncio se impõe ali na sala...


Qual assassino que matou o tempo,
Jamais há de matar minhas lembranças,
Nem o ardor das minhas esperanças.




Copyright © 2011 by Arlene Miranda
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