"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Queixas ao mar

Arlene Miranda



Ao manso verde mar contei, chorando,
Minhas sentidas, comovidas mágoas.
Verti minha tristeza, soluçando,
Abraçada ao frescor de suas águas.

No silêncio da praia arenosa,
Que, pouco a pouco, se tornou serena,
Minha agonia eu revelei, chorosa,
Sob o doce luar de luz amena.

O mar ouviu-me as queixas, comovido,
De meu triste penar, compadecido,
No suave embalar de suas águas.

Com amargor, chorou as minhas penas,
Sob as ondas suaves e serenas,
E confortou com dó as minhas mágoas.

Copyright © 2010 by Arlene Miranda
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terça-feira, 24 de julho de 2012

A casa

Dydha Lyra


A casa vestia-se de luz todos os dias,
nas manhãs primaveris do meu despertar,
...era a infância no solar Lajense.

A casa
acalorava-se,
e eu abria a janela azul pro mundo,
e via, nos entardeceres avermelhados,
a luz extenuar-se
trazendo as primeiras estrelas fugientes,
...era o verão na minha vida.

A casa envelhentarva-se nas cores e serventias,
e sua umidade prenunciava o deletério existir,
...era o outono inestético,
assimétrico,
apático às emoções.

A casa, agora,
circunscrevia a fragilidade dos anos.
Sob um céu chuvento,
surgiam as primeiras goteiras
desenhando, no piso,
(imagens movediças e fantasmagóricas)
que se animavam ao anoitecer,
e vazavam por seu teto
para se debruçarem na lua minguante,
porque a luz
(o calor dos primeiros dias)
acinzentara-se.
E em mim,
fez-se o inevitável
...inverno!

Copyright © 27/11/2011 by Dydha Lyra
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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Indiferença

Valderez de Barros



Na solidão.
Em que vive.
Meu coração,.
Há uma briga.
Dentro de mim.
Entre a esperança..
De viver um doce.
Sonho de amor, .
E a vontade.
De mergulhar.
No vazio, .
Na indiferença, .
Pela minha inútil .
Espera de ti.

 Copyright © 2012 by Valderez de Barros
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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Sombras
Lou Correia

Lake in Woodbury/MN-USA By Cristy Anjos


Qual pássaro fugitivo,
em voo errante,
vivo desnorteada.
Prendo imagens ao pensamento.
Persistem as sombras, muitas delas.
Ao meu redor, um imenso vazio.

Provocam-me tremores
tantas ausências.
Tento afastar da minha saudade
todas as canções do que não foi.

Presa às lembranças,
seguro imagens, sombras.
Avalio perdas, silêncios...
Degladiando com as dores,
purifico-me, cresço, evoluo.
Faz-se imperativo afastar de mim
a revolta e todo o amargor.

Quem sabe, assim,
eu possa eliminar,
da minha vida,
as sombras nefastas,
o não ter, perto de mim,
presenças tão queridas
e a tristeza das horas.


Copyright © 2012 by Lou Correia
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domingo, 15 de julho de 2012

Vinho&Vida(2)

Dydha Lyra


Meu vinho,
em ti bebo o instante,
saboreando lembranças,
selecionadas e colhidas
no pomar de ontem,
vicejando, exuberantemente,
(na geografia acidentada do querer).
O desejo
sorvo-o nos lábios rubros da quimera,
pura sedução, incitamento,
plenitude fulgente.
Nossos olhares não mais se cruzam,
nossas mãos não mais se tocam...
(e nem se procuram),
na mansidão solene de nosso quarto.
Como aves de arribação,
vivemos o melhor tempo
(que durou uma ilusão)!
Não mais que de repente,
em nós se fez outono.
Silentemente, levantamos voo
para o céu que construímos,
(na inconsciência dos anos),
na introspecção do exílio
da solidão a dois.
E tu, meu vinho,
como um velho sábio,
ensinas-me,
com teu silêncio amadurecido,
a erguer um brinde à vida,
quando em nós se fizer adeus.


Copyright© primavera 2011 by Dydha Lyra
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sábado, 14 de julho de 2012

Meu sonho, meu bem
Lys Carvalho


Quando penso que tudo acabou,
ainda resta um pouco de mim
para acariciar teu rosto,
num gesto tímido de amor.

Acalentar a saudade,
com as lembranças vivas
de um amor maior.
Sentir teu cheiro no ar
e ouvir tua voz,
no silêncio da noite.

Essa magia de sentimentos ocultos
é o que acalenta minha alma,
meus sonhos e meu bem-querer!
Copyright © 2012 by Lys Carvalho
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