"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Ode ao prazer

Lou Correia

Paisagem potiguar by Charlinhos Paris

Na loucura do sonho,
acerco-me de ti
que se me apresentas
pleno de perigo,
em vasto precipício...

Alucinada, cheia de desejos,
atiro-me em teus braços
que me prendem por inteiro,
caio num despenhadeiro
de indizíveis sensações...

Anseio-te há anos luz de solidão,
(e mesmo e só em sonho),
percorro-te os tortuosos caminhos,
busco-te em mágicos atalhos
que me levem ao canyon do teu corpo.

Embriagada,
à mercê dos lampejos de excitação,
sinto teus carinhos adentrarem-me a pele,
nesse mar de emoções em erupção...

Meu coração desembesta acelerado,
meu sangue quente se agita,
e corre e fervilha e queima,
o prazer, afinal, explode
feito lava de vulcão!

Copyright © 2010 by Lou Correia
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domingo, 25 de abril de 2010

Lençóis azuis

Dydha Lyra





Teu corpo adormece
na morosa languidez da carne...
E te vejo assim,
no desalinho de lençóis azuis
que acarinham e encobrem
teu ventre de pucela desnuda!

Ah, como te gosto,
como te quero!

Roubarei, com delicadeza e prazer
para que não despertes,
essa luz que se inclina sobre ti,
sem precisar sequer
fragmentar o moribundo
entardecer que já se debruça,
depois de assoalhado
na janela da paixão...

Imaculado de ânsias incontidas,
o silêncio se quebra
no fremir dos lábios que se encontram...
Línguas mornas, ofegantes,
inquietas e antropofágicas
bailam com frenesi no céu de tua boca,
no gran finale
da sinfonia
carnal do desejo!

Copyright © 2010 by Dydha Lyra
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Eterno sonhador

Arlene Miranda




Quero ser um eterno sonhador
Cantar a vida e declamar poesia.
Exaltar a beleza e o amor,
Sentir a emoção que extasia.

Do versejar tornar-me o portador,
Declamar com ardor e alegria.
Criar novas imagens com fervor
À luz duma saudade fugidia.

Que do meu versejar eu sempre cuide,
Buscando o apogeu e a plenitude
Que vibram em mim solenes e dispersos...

Empresto ao meu olhar fulgor vibrante
E o enlevo que sinto nesse instante,
Na exaltação suprema dos meus versos.


Copyright © 2010 by Arlene Miranda
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sábado, 17 de abril de 2010

Livre para amar

Valderez de Barros



Dispo-me de mágoas e desencantos,
De amores podadores, de opressões,
De tristes e doídos desencontros,
De amargas e sofridas decepções.

Dispo-me do que ficou para trás,
De tudo o que me fez penar, chorar,
De tudo o que me fez sofrer demais
E quase desistir de continuar.

Coração desnudo, sem cicatrizes,
Visto-me de luz, de tempos felizes.
Vou cantar, soltar minha voz ao vento...

E abrir minh'alma, sem ressentimento;
Aos quatro cantos do mundo bradar,
Qu'estou leve, livre, pronta pra amar.


Copyright © 2010 by Valderez de Barros
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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Delírio de amor

Lys Carvalho



Pousar meus lábios nos teus,
à procura de tu’alma.
Sem pressa, buscar o paraíso!

Juntar meu corpo ao teu,
entregando-me aos teus desejos...
Esquecer o passado e velhos amores,
viver contigo novas emoções.

Vem! Te faças meu,
ouve o pulsar de nossos corações,
saciemos nossos lindos e infinitos desejos...
Quero-te, minha vida,
minh’alma a ti já entreguei!

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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Divagações

Cavalcanti Barros




Eu creio que o poder maior da mente
excele a tudo o que se nos revela.
Que a força do pensar é simplesmente
um toque vibração gerado nela.

A mente é luz. Misteriosamente,
o comando do Soma nasce dela.
Até o amor e o ódio, plenamente,
em livre arbítrio, quem comanda é ela.

Indago, então divago e sou consciente
da magia sutil do inconsciente
que esculpe as formas deste meu pensar.

Eu vivo o Agora. Nada me é previsto.
Sou ser humano e o sendo, penso, existo.
Nasci o amor e é meu destino amar.

Copyright © 2010 by Cavalcanti Barros
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