"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

domingo, 25 de abril de 2010

Lençóis azuis

Dydha Lyra





Teu corpo adormece
na morosa languidez da carne...
E te vejo assim,
no desalinho de lençóis azuis
que acarinham e encobrem
teu ventre de pucela desnuda!

Ah, como te gosto,
como te quero!

Roubarei, com delicadeza e prazer
para que não despertes,
essa luz que se inclina sobre ti,
sem precisar sequer
fragmentar o moribundo
entardecer que já se debruça,
depois de assoalhado
na janela da paixão...

Imaculado de ânsias incontidas,
o silêncio se quebra
no fremir dos lábios que se encontram...
Línguas mornas, ofegantes,
inquietas e antropofágicas
bailam com frenesi no céu de tua boca,
no gran finale
da sinfonia
carnal do desejo!

Copyright © 2010 by Dydha Lyra
All rights reserved.

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