"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Reencontro

José Alberto Costa





Trouxe a maria-fumaça,
chegando resfolegante,
o passado que me abraça
emocionado, ofegante.

Rompendo minha couraça,
cada vez mais fraquejante,
rendeu-me a força da graça
do seu olhar fascinante

que encheu de claridade
as brumas do amanhecer,
fazendo, enfim, renascer

os sonhos da mocidade,
que procurava esquecer,
pra nunca mais reviver.


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Na tarde que morria...

Valderez de Barros





Na sombra suave
Daquela tarde
Que morria langorosa,
Procurei-te, esperançosa,
Louca de amor,
Pra te entregar
Meu coração...
Mas, não vieste!


Desesperada,
Chorei a tua ausência
Em tristes ais.
Percebi, então,
Que seguíamos
Por caminhos desiguais...
E me senti vazia,
Desarraigada de mim...


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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Desgosto

Dydha Lyra



Foste tu, um dia,
a luz do meu amanhecer!
Agora,
morbidade na ausência em desalinho,
qual pássaro sombrio.

Sem afeto, nem carinho,
roubaste de mim
meu sorriso,
minha alegria.

No brilho da luz do meu olhar,
puseste a noite, onde era dia.
E nem percebeste que eu,
pouco a pouco,
sem ti,
morria...

No vácuo instigante
do vazio de tuas mãos,
que a mim acarinhavam,
com desvelo, fervor e emoção,
abri uma janela,
só pra te ver passar...

E tu
(braços dados com a indiferença),
rindo à toa de quem tanto te amou,
até mesmo com a devoção de um louco,
que pressente em tudo um adeus,
e que assim, por tão pouco,
prova no mel
o gosto do fel.
Oh, asco desgosto!


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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sorriso apagado

Valderez de Barros






Mais um dia se passou...
Mais uma noite de solidão,
Mais uma lembrança,
Uma saudade...

Mais ilusões perdidas, na minha desesperança...
Mais um acorde daquela música distante,
Que me lembra momentos que talvez
Eu não volte mais a viver...

Mais uma nuvem a entristecer meus olhos,
Mais um sonho que se desvanece
Na sombra escura da madrugada,
Deixando um gosto amargo em minha boca...

Mais uma dor atravessando meu peito,
Que busca uma luz no final do caminho,
Uma luz tênue, quase apagada,
Por uma longa e dolorosa espera...

Mais uma lágrima sentida
Sulcando meu rosto,
Onde meu sorriso
Fica cada vez mais apagado...


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