"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Desgosto

Dydha Lyra



Foste tu, um dia,
a luz do meu amanhecer!
Agora,
morbidade na ausência em desalinho,
qual pássaro sombrio.

Sem afeto, nem carinho,
roubaste de mim
meu sorriso,
minha alegria.

No brilho da luz do meu olhar,
puseste a noite, onde era dia.
E nem percebeste que eu,
pouco a pouco,
sem ti,
morria...

No vácuo instigante
do vazio de tuas mãos,
que a mim acarinhavam,
com desvelo, fervor e emoção,
abri uma janela,
só pra te ver passar...

E tu
(braços dados com a indiferença),
rindo à toa de quem tanto te amou,
até mesmo com a devoção de um louco,
que pressente em tudo um adeus,
e que assim, por tão pouco,
prova no mel
o gosto do fel.
Oh, asco desgosto!


Copyright © 2010 by Dydha Lyra
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