"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

domingo, 8 de dezembro de 2013

Insônia V

Dydha Lyra


Alma nublada,
prenúncio de outono interior.
O tempo esbarra em mim,
escanchado no lombo dos dias,
que se seguem sem sol e descolorados,
para que eu, na minha inconstância
submissa ao desalinho interior,
consiga singrar esses mares
(ora revoltos),
inundado de recordações  inquietantes
e amores desnorteados,
não me afogue, por fim,
nas tormentas do querer.
Qual velho marinheiro, hesito,
atraco e fundeio a âncora de minha dor,
no velho porto distante chamado coração,
inabalável nos nevoeiros e tempestades
inesperadas da paixão.
Agora,
uma brisa morna de lembranças
invade a janela,
onde maresia e horizonte se perdem,
e se encontram apenas na razão insana
do mais profundo desejo,
anuviados desse outono
que ontem, no amanhecer,
em mim se fez.


Copyright © 2013 by Dydha Lyra
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sábado, 7 de dezembro de 2013

Luz transparente

Lys Carvalho



Tu’alma é pura cheia de encantos!
Tu’alma branca traz paz, como as cores do mar.
Gosto do teu jeito meigo e das tuas doces palavras,
do teu coração cheio de candura, 
das tuas emoções que traduzem amor.

Palavras deslizam suaves quando falas,
teu violão chora quando tocas.
Teus sentimentos vão além dos horizontes,
Clamam por amor, desejos e paixão.

És uma luz transparente,
que ilumina almas carentes,
que sintoniza astros e estrelas,
num só tom musical.

Teus gritos poéticos, em acordes,
suplicam paz, harmonia e direitos,
sem preconceitos.
És luz no teu cantar!

Copyright © 2013 by Lys Carvalho
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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Salão antigo

Valderez de Barros



Faz tanto tempo que não danço...!
Que não deslizo nos braços de alguém...!
Como me lembro dos bailes na minha terra,
Quando me envolvias em teus braços fortes,
Tomavas-me pela cintura, e dançávamos
Embalados por um bolero, rostos colados,
Carícias suaves nos cabelos, na nuca...
Muitas vezes eu te provocava,
Roçando com mais ousadia o teu corpo,
E me dizias, tremulamente excitado:
_"Cuidado, não podemos fazer isso aqui!"
Mas, como éramos casados,
Eu continuava a me encostar em ti,
Discretamente, inebriada de amor e desejo,
Na cúmplice penumbra daquele salão antigo.

Copyright © 2011 by Valderez de Barros
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