"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Salão antigo

Valderez de Barros



Faz tanto tempo que não danço...!
Que não deslizo nos braços de alguém...!
Como me lembro dos bailes na minha terra,
Quando me envolvias em teus braços fortes,
Tomavas-me pela cintura, e dançávamos
Embalados por um bolero, rostos colados,
Carícias suaves nos cabelos, na nuca...
Muitas vezes eu te provocava,
Roçando com mais ousadia o teu corpo,
E me dizias, tremulamente excitado:
_"Cuidado, não podemos fazer isso aqui!"
Mas, como éramos casados,
Eu continuava a me encostar em ti,
Discretamente, inebriada de amor e desejo,
Na cúmplice penumbra daquele salão antigo.

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