Dydha Lyra
em ti bebo o instante,
saboreando lembranças,
selecionadas e colhidas
no pomar de ontem,
vicejando, exuberantemente,
(na geografia acidentada do querer).
O desejo
sorvo-o nos lábios rubros da quimera,
pura sedução, incitamento,
plenitude fulgente.
Nossos olhares não mais se cruzam,
nossas mãos não mais se tocam...
(e nem se procuram),
na mansidão solene de nosso quarto.
Como aves de arribação,
vivemos o melhor tempo
(que durou uma ilusão)!
Não mais que de repente,
em nós se fez outono.
Silentemente, levantamos voo
para o céu que construímos,
(na inconsciência dos anos),
na introspecção do exílio
da solidão a dois.
E tu, meu vinho,
como um velho sábio,
ensinas-me,
com teu silêncio amadurecido,
a erguer um brinde à vida,
quando em nós se fizer adeus.
Copyright© primavera 2011 by Dydha Lyra
All rights reserved.
Nenhum comentário:
Postar um comentário