"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

terça-feira, 24 de julho de 2012

A casa

Dydha Lyra


A casa vestia-se de luz todos os dias,
nas manhãs primaveris do meu despertar,
...era a infância no solar Lajense.

A casa
acalorava-se,
e eu abria a janela azul pro mundo,
e via, nos entardeceres avermelhados,
a luz extenuar-se
trazendo as primeiras estrelas fugientes,
...era o verão na minha vida.

A casa envelhentarva-se nas cores e serventias,
e sua umidade prenunciava o deletério existir,
...era o outono inestético,
assimétrico,
apático às emoções.

A casa, agora,
circunscrevia a fragilidade dos anos.
Sob um céu chuvento,
surgiam as primeiras goteiras
desenhando, no piso,
(imagens movediças e fantasmagóricas)
que se animavam ao anoitecer,
e vazavam por seu teto
para se debruçarem na lua minguante,
porque a luz
(o calor dos primeiros dias)
acinzentara-se.
E em mim,
fez-se o inevitável
...inverno!

Copyright © 27/11/2011 by Dydha Lyra
All rights reserved.




Um comentário:

Lys disse...

Dyda,
Essa poesia é extremamente emocionante,pois transcreve uma história de vida nos versos e nos faz lembrar também da casa em que passamos a infância e adolescência.Uma bela poesia que fica bem evidente as lembranças que ficaram encravadas no coração e que nem o tempo faz esquecer.Parabéns!