"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Contemplando a lua

Arlene Miranda



Noite calma, sombria, extasiante,
Derramando o silêncio no telhado.
Já não se ouve o sopro arquejante
Do vento sibilando, inebriado.

Dorme tranquila a noite na esquina,
E o velho cão latindo, assustado,
Lamenta a calma noite que se finda,
Vagando pela rua, abandonado.

Por trás da nuvem, um céu ensanguentado
Esvai-se em saudade e solidão.
Surgem fantasmas em pleno descampado.

Oh, calma nuvem em que o luar flutua,
E segue derramando o seu clarão,
Sentindo a noite e contemplando a rua.


Copyright © 2010 by Arlene Miranda
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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Mãos

Lys Carvalho


São estas mãos que colhem flores
e estão à espera de ti,
para acariciar teu rosto cansado,
massagear teu corpo doído,
face às labutas do dia.

São estas mãos que colhem flores
que escrevem poesias românticas,
para encantar nossas noites de amor.

São estas mãos que colhem flores
que dão adeus ao tempo,
até mais aos amores,
 um oi aos amigos
e apertam mãos, calorosamente,
selando um muito prazer!

São estas mãos que colhem flores
que esperam ansiosas pelo teu amor;
que querem muito desfrutar
dos libidinosos desejos
e dos afagos guardados no tempo!


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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Insônia IV

Dydha Lyra


A manhã sempre chega,
como as lágrimas chegam
para os meus olhos,
(repleta de lembranças e inquietudes).
E meu corpo se queda pra saudade.
Sinto, neste amanhecer,
que mesmo só,
acompanham-me ausências,
noite adentro...
(tentando preencher com escárnio)
as horas que sulcam,
de forma contundente, minh’alma,
pra que ela não se perca,
nunca mais em mim,
se amanheço!

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terça-feira, 7 de maio de 2013

Por quê...?

Valderez de Barros



Por que minh'alma é assim triste, carente?
Por que me pesa tanto, a solidão?
Por que o amor que sinto em mim, ardente,
Não encontra eco num outro coração?


Por que é tão difícil de encontrar
Minha alma gêmea, minha outra metade
Que tanto almejo, para completar
Minha vida, minha felicidade? 
Por que deixo o tempo se adiantar,
E não o impeço de me ultrapassar,
Correndo, bem rápido, à sua frente? 
Por que esse marasmo tão deprimente,
Se há tanta vida em mim, presa, latente,
Querendo vir à tona, se mostrar...?

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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Velhice

José Alberto Costa




Não digo mais: “Hoje eu vou”,
porque não tenho comando,
já mandei, hoje não mando,
o meu reinado acabou,
meu trono desmoronou
perdi toda minha raça
pra tomar uma cachaça
e não causar desavença
tenho de pedir licença,
velhice é uma desgraça.

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