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Traz o entardecer as mesmas luzes,
as mesmas cores, os mesmos cheiros
e esse rio-menino, buliçoso, inquieto, dentro de mim.
Lavo e estendo lembranças
no varal da memória quase adormecida.
No leito morno
banho meus primeiros dias,
enxáguo minha adolescência
e com ela uma indecência:
as meninas nuinhas que, escondido, via.
Me fiz grande, parti,
vi o oceano tão belo e imponente
e dentro dele tu, tão ternamente,
levando os instantes,
os dias
que em ti docemente vivi.
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Copyright © out/2008 By Dydha Lyra
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4 comentários:
Caro dyda,
Menino buliçoso e inquieto, agora na arte do poetizar.Mostras quantos poemas estavam guardados nesta memória úmida que hoje está sendo desbravada. Parabéns! Belíssimo " Rio Canhoto ".
Belíssimo poema, lavando a alma e a lembrança de todos os que, de uma forma ou de outra, se banharam no Rio Canhoto.
Uma honra, ser sua leitora.
Um forte abraço.
Meu caro e inspiradíssimo poeta, quanta beleza existe em teu poema. Ele nos leva a nadar nas águas tranqüilas do caudaloso rio, no qual você navegou a sua ternura. Rio Canhoto da sua infância; rio Canhoto de sua saudade. Você é, sem sombra de dúvidas e definitivamente, um dos mais líricos poemas "das Alagoas". Com meu abraço e grande admiração. Arlene Miranda
Dydha, no comentário anterior, onde se lê "líricos poemas', leia-se "líricos poetas". Um abraço. Arlene.
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