As folhas mortas caem no leito santo,
Trazidas pelo vento em alvoroço.
No silêncio da noite, o negro manto
Pincela a vida e tece o seu esboço.
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A renda do horizonte, a balançar,
Encerra a madrugada que seduz.
O outono à noitinha vem beijar
O divinal instante, cheio de luz.
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São luzes do crepúsculo dourado,
Bordando o horizonte de brocado
E o céu azul de puro esplendor.
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No fadário em que vive o meu penar,
Sinto a vida que grita e quer entrar
No sacrário em que guardo o meu amor.
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Copyright © 2009 By Arlene Miranda
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