"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Anonímia

Dydha Lyra


Photo Copyright © by Angélica Lyra

Esse cheiro verde... de lembranças
embaçadas de manhãs lajenses,
desperta a memória sonolenta.

Pedras, enlodadas de Rio Canhoto,
formam um colar musguento de pérolas verdes,
na cabeceira do meu buliçoso rio,
que segue alegre, saltitante, cantando...

Uma brisa fria te acaricia
e norteia teu caminhar
em busca do oceano...
onde, com certeza,
morrerás anonimamente.

E eu, meu rio,
se não te encontro em meu leito,
(nessas horas em que me invades e me tomas),
morro encharcado,
no pântano movediço das lembranças,
que em mim se fez,
desde o alvorecer.

Copyright © 2010 by Dydha Lyra
All rights reserved.

2 comentários:

Arlene disse...

É pena ver uma cidade bonita como Lages ser tão duramente atingida pelas chuvas. Este seu poema a ela dedicado é um tributo primoroso. Além de lindo, resgata o encanto de sua cidade. Parabéns, amigo! Arlene.

Valderez de Barros disse...

Ah, Dydha, os rios da nossa vida, da nossa infância!!! Quantas visões a embalar nossos sonhos, quantos momentos para relembrar!!! Teu expressivo, lírico e belíssimo poema falando sobre o teu rio Canhoto, também me lembrou do rio da minha terrinha.
Mais um feliz momento, da tua alma plena de poesia!!!
Meu carinhoso abraço!!!