José Alberto Costa
Sonhei que meu pai
me levava a passear,
por campos diferentes
daqueles que percorríamos,
em nossa terra de muito sol.
Local frio, de luz mortiça,
um entardecer parado no tempo,
que não deixava a noite chegar.
Eu muito pequeno, ele muito grande
como sempre me pareceu a vida inteira.
Grande na estatura, nas atitudes.
Eu, um pigmeu que mal conseguia
acompanhar seu passos firmes.
Só o chapinhar das nossas botas,
sobre a relva úmida, quebrava
o silêncio daquele momento.
Pensamentos sincrônicos
substituíam palavras
e os ensinamentos
iam diretos ao coração.
Passei a admirá-lo ainda mais.
Quando sumiu, senti-me abandonado
na fria solidão de um vazio imenso,
sem o calor de sua presença.
Acordei criança perdida,
de olhos úmidos, buscando o pai.
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2 comentários:
Meu caro amigo Jac,
O que é isso? Em cada verso retratou meu passado como ainda estivesse vivo, presente e de uma forma emocionante.Que lindo e forte jorraram esses sentimentos da sua alma.Parabéns!É um dos mais belos poemas escritos por você.Um forte abraço poético.
Lys
Meu querido amigo poeta, a emoção bateu forte ao ler o teu poema, porque conheci de perto o teu pai, como também a tua mãe, e sei o quanto eles eram maravilhosos, pessoas honradas, de uma bondade imensa.A admiração, o carinho e o amor que tens por eles, é perfeitamente merecido e compreensível, pela família linda que eles souberam criar e educar.
É, Zé...é nesses momentos, que sentimos mais e mais, o quanto nossos pais significaram, ou significam para nós.
Meu mais terno e emocionado abraço!!!
Dês.
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