"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

domingo, 23 de outubro de 2011

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Espelho de cristal

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Lys Carvalho
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Ontem, no meu dormitar,
senti a chama de
 teus olhos ardentes
numa sedução de mistérios e ironia.
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Levitava em teus braços
no entorpecer do meu corpo.
No manto de uma noite escura,
aos poucos sentia tua boca molhada,
numa sensação de êxtase e prazer...
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Despertei ao ver minha própria imagem,
solitária, refletida no espelho de cristal!!!
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Copyright©2011 by Lys Carvalho
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sexta-feira, 14 de outubro de 2011



   CONFIDÊNCIA
 .
                            Arlene Miranda
 .
Deixo-te aqui meus sonhos inconclusos,
Na languidez serena de teus olhos.
Livrar-te-ei dos males obtusos,
Mergulharei nas águas dos abrolhos.
 .
Na calma azul da noite orvalhada,
Quero abraçar-te em plena madrugada,
Ouvir o doce vento murmurante,
Te acalentar em noite inebriante.
 .
Rindo ou chorando, corações ufanos
Vão caminhando sorrateiramente,
Revivendo ilusões, vencendo enganos.
 .
Reaverei momentos tão risonhos,
E te amarei apaixonadamente,
Fonte de luz a iluminar meus sonhos.
 .
 Copyright © 2011 by Arlene Miranda
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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

 .
Folha morta

José Alberto Costa
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Recendia a mofo
a sala recém-aberta.
O cheiro antigo,
parado no ar,
trazia lembranças
de momentos vividos,
de pessoas e coisas
que se foram
na inexorabilidade
do tempo.
A porta aberta projetou
um raio de luz
sobre um carcomido piano
onde uma folha amarelecida
jazia sobre o teclado morto,
na placidez da tarde morna.
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Um silêncio eloquente
contava a história
das gentes alegres
que por ali passaram
e deram vida
àquele ambiente
em épocas passadas.
Pedaços de vidas
congelados no tempo.
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Copyright © 2011 by José Alberto Costa
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                 DEFINIÇÃO
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                                               Cavalcanti Barros
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Em que mundos andei? Em quais esferas
minh’alma vagueou ao léu dos ventos?
E quais os formidáveis pensamentos
que em mim refloresciam noutras eras?
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Talvez vivi sentado entre quimeras,
sorvendo em taças áureas meus momentos,
ou fui, em meus caminho pardacentos,
gerado entre rugidos de panteras.
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Um átomo, talvez, redemoinhado,
um turbilhão do mundo do passado,
mas que, no agora, sente o cetro à mão.
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Reles cascalho possa eu ter sido.
Homem, hoje, porém, sou permitido
ter meu caminho, minha direção.
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Copyright © 2011 by Cavalcanti Barros
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