"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

terça-feira, 22 de maio de 2012

Tua musa
Valderez de Barros


Ah, como quero que sejas
O cobertor que me cobre;
Que, delicado, me envolvas,
Sem que nada falte ou sobre!

Ah, como quero que encostes,
O rosto em meu travesseiro,
Pra que em sonhos me deleite,
Sentindo teu doce cheiro!

Se assim for, serás então,
Minha paixão verdadeira,
Dono do meu coração.

E em versos, em fantasia,
Serei tua musa primeira,
Como sonhei ser um dia.


Copyright © 2012 by Valderez de Barros
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segunda-feira, 21 de maio de 2012

O trem
Lys Carvalho


Da janela vejo o trem passar
ligeiro, e a fumaça a rolar
pela chaminé.
.
O apito, clamando como um adeus,
soa forte e doído, na lembrança
do passado distante de outrora.
.
Segue assim, nos trilhos, seu destino.
Quem sabe de onde veio ou para onde vai...
Passageiros, sentados junto à janela,
deslumbram-se, encantados,
com as paisagens verdes das montanhas!
.
Assim segue viagem,
deixando para trás as lembranças sofridas.
E meu olhar, da janela, acompanha o trem,
que passou veloz,
e levou consigo meus sonhos de mulher!
.
Copyright © 2012 by Lys Carvalho
All rights reserved.

domingo, 6 de maio de 2012

Último desejo


Acerco-me de ti
a estas horas mortas,
sem esperanças
do teu perdão.
Não ouso macular o teu retiro
chamando-te à porta,
interrompendo sonhos
que não são por mim.

Exponho feridas abertas
que me atormentam,
deixando trôpego
o andar despovoado
de viageiro inquieto
no final da senda,
carregado de culpas.
Um olhar. Um gesto.
Só o que peço
para adormecer em paz.


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