"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

domingo, 8 de dezembro de 2013

Insônia V

Dydha Lyra


Alma nublada,
prenúncio de outono interior.
O tempo esbarra em mim,
escanchado no lombo dos dias,
que se seguem sem sol e descolorados,
para que eu, na minha inconstância
submissa ao desalinho interior,
consiga singrar esses mares
(ora revoltos),
inundado de recordações  inquietantes
e amores desnorteados,
não me afogue, por fim,
nas tormentas do querer.
Qual velho marinheiro, hesito,
atraco e fundeio a âncora de minha dor,
no velho porto distante chamado coração,
inabalável nos nevoeiros e tempestades
inesperadas da paixão.
Agora,
uma brisa morna de lembranças
invade a janela,
onde maresia e horizonte se perdem,
e se encontram apenas na razão insana
do mais profundo desejo,
anuviados desse outono
que ontem, no amanhecer,
em mim se fez.


Copyright © 2013 by Dydha Lyra
All rights reserved.


Um comentário:

Lys disse...

Amigo Dyda,
Velho marinheiro que despertou na alma a arte de poetizar.Honrada em navegar neste mesmo barco horas com mares calmos e outras horas agitados mais sempre navegando em ondas poéticas.