"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

quarta-feira, 9 de abril de 2014

O Mar

Cavalcanti Barros


Não permitas
a tua amada
oferendar
desejos ao mar.
Eles não voltam
verde-vestidos,
se não, o que seria do mar?

Não deixes
teu poeta
fecundar o mar.
Seu corpo volta,
mas a alma fica
a cortejar o mar.
Se não, o que seria do mar?

As almas dos poetas,
como as dos pescadores,
vestem
verde-esperança.
Há blocos 
de almas verdes
no alto-mar.
Vagando, vagando
sem sul e sem norte,
sem ser, sem não-ser,
no conter do mar.
Se não, o que seria do mar?


Copyright © 1988 by Cavalcanti Barros
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