Cavalcanti Barros
Não permitas
a tua amada
oferendar
desejos ao mar.
Eles não voltam
verde-vestidos,
se não, o que seria do mar?
Não deixes
teu poeta
fecundar o mar.
Seu corpo volta,
mas a alma fica
a cortejar o mar.
Se não, o que seria do mar?
As almas dos poetas,
como as dos pescadores,
vestem
verde-esperança.
Há blocos
de almas verdes
no alto-mar.
Vagando, vagando
sem sul e sem norte,
sem ser, sem não-ser,
no conter do mar.
Se não, o que seria do mar?
Copyright © 1988 by Cavalcanti Barros
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