Dydha Lyra
E por alguns instantes nos olhamos.
Surgia, então,
o reencontro de nossas almas,
adormecidas na placidez do silêncio de séculos.
Reconheci aquele brilho
(dos seus olhos negros e instigantes)
e senti o mesmo calor em suas mãos...
Carecia, agora, de ouvi-la melhor,
todos meus sentidos foram cúmplices,
confirmando:
É Ela!
Abraçamos-nos.
O reencontro vestiu-se
de desejos, lembranças
e saudades de um tempo que se foi...
De um lugar, um olhar,
que só nós, ali, reconhecíamos.
E disse, baixinho, ao seu ouvido:
Abrace-me,
cheire-me,
beije-me,
guarde-me em si.
Jura-me,
nunca mais esquecerá de mim?
Hoje guardo dela
os olhos negros, brilhantes e profundos,
a fragrância de sua pele,
o frescor de seu sexo úmido,
que me acolheu
com a ânsia de desejos adormecidos
(e perdidos na memória do corpo).
O meu, agora em sua fase outonal,
guarda seu verão,
que trouxe luz, frescor e calor,
inundando de felicidade e paz
meus amanheceres...
E nunca mais fui o mesmo!
Copyright © 2011 by Dydha Lyra
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