"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A última estação

Arlene Miranda


Mirando a vida com olhar saudoso,
Eu vou seguindo neste velho trem,
Rumo à última estação, trem vagaroso,
Dentro de mim, saudade de alguém.

Tragando no vapor as minhas glórias,
Sua fumaça me invade o coração.
O comboio lotado de memórias,
Leva sem rumo a minha solidão.

Em sua plataforma adormecida,
Onde repousam todos os meus temores,
Repousa ali também a minha vida...

O vazio em meu peito é como um grito.
Eu procuro esquecer as minhas dores,
Do trem ouvindo, ainda, o triste apito.


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2 comentários:

Valderez de Barros disse...

Querida Arlene, lendo o teu belo e primoroso soneto, sentí-me invadida também pela saudade daqueles tempos, quando viajei muito no trem de ferro, porque morava no interior e estudava na capital.Até ouvi o apito forte e demorado, que varreu um pouco a poeira da memória.Lindo, lindo, minha caríssima amiga!!! Meu mais carinhoso abraço!!!

Arlene disse...

Valderez, minha doce amiga, suas palavras referidas ao meu soneto me encheram de emoção e saudade. Saudade do trem que me levava ao Recife, cortando canaviais e desafiando a vida. Ainda sinto o cheiro da fumaça que que me invadia os olhos e me enchia de ternura. E ainda ouço o seu triste apito que invadia meu coração de saudade. era um dos mais belos momentos de minha infância. Grata. Bjs. Arlene.