"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

terça-feira, 10 de março de 2009

Imagem roubada

Procurei minha imagem
no espelho e não vi.
Quem é esse outro?
Um fantasma a me assustar?
Não, este não sou eu. Juro!
Rugas, cabelos ralos,
olhos baços, sem vida.
Não, não sou eu!
Ontem, adormeci jovem,
cheio de sonhos,
hoje, o velho espelho
não consegue
me encontrar.

*
O que fazer?
Como sair do pesadelo
que me domina?
As lágrimas secaram,
já não tenho sentimentos.
As mãos? Ah! As mãos
que acariciavam,
traziam prazer,
de tão enrugadas
talvez ainda sirvam
para um adeus.

Espelho inútil,
mentiroso,
devolva a minha imagem,
aquela imagem de ontem
que você roubou...
Traga-me um pouco
de felicidade antes da partida.

Copyright © 2009 By José Alberto Costa

All rights reserved.



2 comentários:

Lys disse...

Caro amigo Jac,
Que tal perguntarmos: Espelho espelho meu, existe alguém mais bonito que eu? Aí eu mesmo respondo, Não....lindo de alma e coração....E você é assim....Beijos, Lys

Valderez de Barros disse...

Oi, Zealberto!!!

Belíssimos, os teus versos, menino!!! Esse é um daqueles poemas que lemos e nos sentimos dentro dele, vivendo-o, mergulhando nas palavras do autor, como se o tivéssemos escrito!!! Lindo!!! Maravilhosamente lindo!!!
Um grande e carinhoso abraço!!!