"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

segunda-feira, 29 de março de 2010

Anjo-criança

José Alberto Costa


Fomos pescar,
meu anjo da guarda e eu,
numa outonal tarde sem sol.
Aguardava o peixe
sem qualquer pressa,
ele brincava na areia,
então, descobri meu anjo-criança,
cabelos louros, esvoaçantes,
sem aquelas asas tradicionais.
Não era um anjo,
uma “anjinha” ainda criança,
para guardar a vida
de um irresponsável como eu.

Veio correndo,
sentou-se no meu colo,
ensinou-me os segredos da pesca.
Não pesca de peixes,
pesca de almas desgarradas
- sua tarefa ao meu lado.
Falou-me de Deus e dos homens,
ensinou-me a perdoar,
amar, respeitar, ser bom.
Partiu, deixando-me só
com os mistérios da vida
revolvendo minha cabeça
e um grande desejo
de mudança interior.

Copyright © 2010 by José Alberto Costa
All rights reserved

3 comentários:

Arlene disse...

Zé, lindo o seu poema. Você se revelando um grande poeta cada vez mais. Parabéns! Um abraço. Arlene.

Sylvia Rosa disse...

São esses pequenos momentos que fazem engrandecer a alma da gt...
Vc soube passar em letras toda a pureza de criança... Abraços poeta!

Sylvia Rosa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.