"Inapelavelmente, há que se valorizar a palavra, na sua mais elementar forma, como na essência da perfeição do seu significado. Revigorá-la é um imperativo. Com o júbilo da coragem e do amor.
A palavra emerge. Viva. Desentranhada dos pensares de quem faz poesia. (Cavalcanti Barros)

"A poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais". (Voltaire)

"A poesia está mais próxima da verdade vital do que a história". (Platão)

sábado, 15 de dezembro de 2012

Pureza não é pecado

Cavalcanti Barros


Um sonho (meu Deus), um sonho!
Um sonho ousado. Tamanho!
Que nem vou contar pra ela.

Ousei provar (que beleza!)
o sabor delicadeza
de lábios róseo-canela.

Se ela vier a saber?
Como vou me defender,
para não ser condenado?

Mas, pra que condenação?
Não foi pura a intenção?
Pureza não é pecado!


Copyright © 2012 by Cavalcanti Barros
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Paixão,desejo ou loucura?

Lys Carvalho


De ti vem este silêncio
que entorpece meu coração.
Em mim, corre no sangue
uma paixão enlouquecida
com gosto de desejos ardentes.

Por que tanto querer,
se tu foges sempre de mim
e do meu amor?
Ao mesmo tempo,
tu me seduzes com palavras
(sempre evasivas).
Isso é paixão, desejo ou loucura?
Copyright © 2011 by Lys Carvalho
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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

DO ARQUITETO AO ARQUITETO

Emanuel Galvão




“E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo para que onde eu estiver estejais vós também.” João 14:3



Eu te chamei Niemeyer
Porque “não é a linha reta, dura, inflexível
Criada pelo homem”
Que te atrai
Mas as linhas sinuosas
“Dos rios, das nuvens no céu, da mulher”
As linhas preferidas do meu Pai
As linhas que desafiam o impossível.

Eu te chamei Niemeyer
Porque também acredito
Que a imaginação não é inimiga da razão
Por isso é bendito
O que faz com coração.

Vem Niemeyer
Que o céu veste-se de um sorriso
E te espera com prancheta, compasso, grafite
Para reorganizar o paraíso
E reinventar o que lá já existe.

Vem Niemeyer
Cheio de desconfiança
Meu menino de 104 anos...
Que eu também sou arquiteto.
Vem para mim, minha criança
Pois estavas sempre no concreto
Dos meus etenos planos.

Vem Niemeyer
Que eu quero dar a eternidade
Um ar de modernidade.

Copyright © 2012 by Emanuel Galvão
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Sou...mulher

Valderez de Barros



Não sou a água, que desliza serena
Por rios e riachos rumorejantes,
Mas, sou pura fonte de amor, perene,
Que mata a sede a um coração amante.

Não sou fogo em brasa, que queima e aquece,
Mas, sou a chama ardente de uma paixão,
Que incendeia a alma, e jamais se esquece;
Que em delírio, foge à luz da razão.

Não sou o sol, que dá luz e vida a tudo,
Mas, sou o simples e humilde receptáculo
Que a reproduz, por vontade de Deus.

Não sou a lua, que clareia a mãe terra,
Mas, sou luz que no peito abriga e encerra,
O brilho do amor pelos filhos meus.
Copyright © 2012 by Valderez de Barros
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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Aquarela

Dydha Lyra


O caos interior, silenciosamente,
denuncia: acabou.
No colo,
os bilros do destino jogados,
rapidamente, sobre a almofada da vida,
pontilhada, sem arremates,
sangram sobre o linho e suas tramas.

O sonho e nós, distantes e tristes,
somos o desenho que persiste
da doce ilusão do querer.

Num vazio imenso,
descolorimos nossas vidas,
qual aquarela à luz contínua,
esmaecendo as cores,
(que juntos escolhemos um dia)
sem desamor, mágoa ou dissabores!

Copyright © 2012 by Dydha Lyra
All rights reserved.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Sob o signo da sensualidade

Emanuel Galvão


Eu sou do signo de escorpião
E sei que sou regida pela lua*
Sou de fases
Que digam os rapazes
Pensem os homens
Esses mesmos que por vezes
Permito que me amem
Mas, que sempre me consomem.
E os que em sonhos me possuem
Submissa e nua
Aviso
Eu sou de fases
Regida pela lua*...

Hei moço!
Esse suor que você bebe tem veneno
É impossível ir ao fundo do meu corpo
Sem se afogar nesse corpo moreno

Sou do signo de escorpião
Dentre todos o mais sensual
O frisson que sentes
Quando passo, não é casual.
É impossível amar-me e não
Cravar os dentes
Pois no homem desperto sempre
O instinto animal

Freud já dizia
- São várias as mulheres
que nos relacionamos
estando com uma apenas –
Não seria diferente com as morenas
Essas do signo do escorpião.
Que morrem de amor
E matam de paixão.

Copyright © 2007 by Emanuel Galvão
All rights reserved.

domingo, 14 de outubro de 2012

De mim e das coisas

Dydha Lyra


Essa solidão, das coisas e de mim,
me angustia.
Desde a falta das cordas para o violão,
ao papel amarelado sem palavras,
à compoteira sobre a mesa posta,
inusitada.
Ah, as ruas solitárias e suas sombras,
os portos à espera de navios,
as almofadas sem desenhos
e os bilros sem a rendeira!

Ah, sei lá!
Todas essas coisas,
essas besteiras
que povoam a vida,
que incendeiam o estático momento,
que norteiam o viver,
nas ações/reações.

São, assim,
sobremaneira:
o espaço tênue entre a luz e a sombra,
o vazio entre o copo e a bebida,
a proximidade entre a morte e a vida.

O odor,
a cor da rosa,
a pálida margarida.
Mãos postas sem oração,
o exílio dos loucos na solidão,
os laços que apertam o coração,
as saudades das pessoas queridas,
o corte, as partes divididas,
a inesperada rachadura na parede.

A busca, o encontro.
A dolorosa despedida,
que amordaça e cala
meu grito,
silenciando em mim
a própria vida!


Copyright © 2012 by Dydha Lyra
All rights reserved.
Mceió/12 outubro.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Contando estrelas

Valderez de Barros


Já anoitecera, e na minha varanda,
Uma rede vermelha e larga armei.
No ar, um cheiro suave de lavanda...
Então, com gosto, nela me deitei.

Fiquei, romântica, pra o céu olhando,
Tentando, teimosa, estrelas contar,
Mas, de mansinho, o sono foi chegando.
Sem perceber, comecei a sonhar.

No sonho, elegante, me aparecias.
Sorrindo com ternura, me dizias:
"- Minha amada, eu vim para te buscar!"

Vibrante, feliz, te dei minha mão,
E junto, foi também meu coração...
Sorri, docemente, ao meu despertar.


Copyright © 2012 by Valderez de Barros
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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Chora guitarra

Lys Carvalho


Chora, minha guitarra,
as mágoas do meu coração.
Com seus semitons e acordes
me entrego a você.

Chora, minha guitarra,
a dor que o mundo não viu,
mas, o coração sentiu.

Chora, minha guitarra,
com a força da canção,
dedilhando a minha emoção,
minha dor e minha paixão.

Chora, minha guitarra,
canta minha solidão,
desnuda meu coração.
E mostra pra ela
a saudade nas minhas canções.

Chora, minha guitarra,
chora.
Copyright © 2011 by Lys Carvalho
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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O meu jardim florido

Arlene Miranda


         

Contemplo, aqui, o meu jardim florido,
Com vastas flores a referver de odores,
Nesse recanto ameno, colorido,
Minh'alma vive a palpitar de amores.

Rosas se unem em derredor da fonte,
Na proteção do meu jardim florido.
Dum vasto roseiral, perto de um monte,
Um lírio desabrocha, umedecido.

Com gestos de doçura e um tal fulgor,
As flores a perfumarem o campo antigo,
Debruçam-lhe o olhar de intenso amor.

E um cravo desabrolha colorido
Procurando encontrar um bom abrigo
No esplendor do meu jardim florido.

Copyright © 2012 by Arlene Miranda
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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Excluídos


José Alberto Costa




Na manhã chuvosa e fria
lá estavam eles, encapotados,
em pequenos grupos,
na calçada do prédio em frente,
quase sem comunicação entre si.
Apenas a tímida
brasa dos cigarros
unia-os na irmandade
dos excluídos.
Absortos, olhavam
a fumaça sumir na chuva,
talvez recordando
o tempo perdido,
a saúde jogada fora
em lentas espirais
de enganoso relax.


Copyright © 2011 by José Alberto Costa
All rights reserved.
São Paulo/SP.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Tempo de viver

Lys Carvalho


Saudosa dos meus sonhos,
anseio teus toques,
preciso de ti,
do teu amor,
do teu sorriso,
dos teus abraços.
Na solidão dos mares,
navegam minhas saudades.
Vivo solitária em meus pensamentos.
Se ainda és meu,
ainda é tempo de viver.
Vem! Estou à tua espera!
Copyright © 2011 by Lys Carvalho
All rights reserved.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Vaso de flores

Dydha Lyra

Aquarela by Dydha Lyra


Lembras das flores colhidas,
na caminhada matinal,
e postas no jarro da mesa da cozinha?
Murcharam.
Morreram...
...deixando apenas uma nódoa,
na imaculada toalha branca!

Assim foste em minha vida.

Chegaste... me deste luz,
calor , beleza , alegria ...
...e passaste.
Daqueles dias ...resta, hoje, n’alma
apenas uma mancha de saudade
adornando, suavemente,
tua ausência.

 

Copyright © 2012 by Dydha Lyra
All rights reserved.

Roteiro

José Alberto Costa


Perdi-me no caminhar
que ousei fazer um dia
na pressa de encontrar
tua imagem fugidia.

Perdi-me no roteiro,
perdi-me na vida.
Continuo buscando
tua imagem perdida.

Copyright © 2012 by José Alberto Costa
All rights reserved.

Andando devagar

Valderez de Barros

Andando devagar
Já andei saltitante
Por estradas perfumadas de vida,
Onde a luz da juventude
Vestia de brilho e beleza,
Os meus sonhos de menina.
 

Já andei com ânsia de momentos lindos,
De braços dados com a felicidade,
Por estradas cobertas
De pétalas de rosas, cheirosas,
Que reverenciavam a passagem do amor.
 

Hoje ando devagar, medindo passos,
Cuidando para que meus sonhos
Não sejam levados pelo vento,
Para que folhas outonais não obstruam,
No meu anoitecer,
O resto da estrada que me falta percorrer.

Copyright © 2012 by Valderez de Barros
All rights reserved.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Amor de Carnaval

José Alberto Costa



Marquei encontro
com o amor de minha vida
um sábado à noite,
no coreto da praça.
De mãos dadas seguimos,
entre jasmins e açucenas,
cabeças nas nuvens
e juras de amor.

Um súbito clarim
rompeu nosso enleio.
Ao rufar de tambores
a praça se encheu
de ensandecidos,
um bloco qualquer.

O amor de minha vida
deixou-se levar
engolida pela turba
de loucos foliões.
Ao longe avistava
mãozinhas agitadas:
pedido de socorro
ou adeus para sempre?
Descobri tarde,
era amor de carnaval.

Copyright © 2012 by José Alberto Costa
All rights reserved.

sábado, 4 de agosto de 2012

Talvez tu não saibas

Dydha Lyra



Talvez tu não saibas
que ontem, antes de te amar,
meus lábios já sentiam os teus,
meus olhos traziam tua imagem
(estática na retina do desejo).
Minhas mãos,
ah, minhas mãos te buscavam
na cama vazia,
(das noites impregnadas de lembranças)!
Talvez tu não saibas
quanto me fizeste homem,
quanto me fizeste feliz.
Sim,
talvez tu não saibas,
talvez...

Copyright © primavera 2011 by Dydha Lyra
All rights reserved.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Conceitos

Emanuel Galvão



A palavra pesada
Diz ferro
Gritante diz
Berro
Carente diz
Quero

Tão compreensiva quando diz
Releve
Tão suave se diz
Leve
Esclarecedora quando digo
Revele

A palavra vem sempre
Carregada de conceitos
Eu carregado de defeitos
E nos trazemos palavras
Como heranças
E as usamos
Da maneira que nos agrada
Palavra eleva
E quando queremos
Desagrada
Faz-se uso da palavra
De maneira errada
Ou correta

A palavra só nos usa
E até abusa
Quando pensamos em fazer versos
Soberana desse universo
Ela é que faz uso do poeta


Copyright © 2007 by Emanuel Galvão
All rights reserved.
Livro Flor Atrevida - Editora quadrioffice/2007

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Queixas ao mar

Arlene Miranda



Ao manso verde mar contei, chorando,
Minhas sentidas, comovidas mágoas.
Verti minha tristeza, soluçando,
Abraçada ao frescor de suas águas.

No silêncio da praia arenosa,
Que, pouco a pouco, se tornou serena,
Minha agonia eu revelei, chorosa,
Sob o doce luar de luz amena.

O mar ouviu-me as queixas, comovido,
De meu triste penar, compadecido,
No suave embalar de suas águas.

Com amargor, chorou as minhas penas,
Sob as ondas suaves e serenas,
E confortou com dó as minhas mágoas.

Copyright © 2010 by Arlene Miranda
All rights reserved.

terça-feira, 24 de julho de 2012

A casa

Dydha Lyra


A casa vestia-se de luz todos os dias,
nas manhãs primaveris do meu despertar,
...era a infância no solar Lajense.

A casa
acalorava-se,
e eu abria a janela azul pro mundo,
e via, nos entardeceres avermelhados,
a luz extenuar-se
trazendo as primeiras estrelas fugientes,
...era o verão na minha vida.

A casa envelhentarva-se nas cores e serventias,
e sua umidade prenunciava o deletério existir,
...era o outono inestético,
assimétrico,
apático às emoções.

A casa, agora,
circunscrevia a fragilidade dos anos.
Sob um céu chuvento,
surgiam as primeiras goteiras
desenhando, no piso,
(imagens movediças e fantasmagóricas)
que se animavam ao anoitecer,
e vazavam por seu teto
para se debruçarem na lua minguante,
porque a luz
(o calor dos primeiros dias)
acinzentara-se.
E em mim,
fez-se o inevitável
...inverno!

Copyright © 27/11/2011 by Dydha Lyra
All rights reserved.




sexta-feira, 20 de julho de 2012

Indiferença

Valderez de Barros



Na solidão.
Em que vive.
Meu coração,.
Há uma briga.
Dentro de mim.
Entre a esperança..
De viver um doce.
Sonho de amor, .
E a vontade.
De mergulhar.
No vazio, .
Na indiferença, .
Pela minha inútil .
Espera de ti.

 Copyright © 2012 by Valderez de Barros
All rights reserved.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Sombras
Lou Correia

Lake in Woodbury/MN-USA By Cristy Anjos


Qual pássaro fugitivo,
em voo errante,
vivo desnorteada.
Prendo imagens ao pensamento.
Persistem as sombras, muitas delas.
Ao meu redor, um imenso vazio.

Provocam-me tremores
tantas ausências.
Tento afastar da minha saudade
todas as canções do que não foi.

Presa às lembranças,
seguro imagens, sombras.
Avalio perdas, silêncios...
Degladiando com as dores,
purifico-me, cresço, evoluo.
Faz-se imperativo afastar de mim
a revolta e todo o amargor.

Quem sabe, assim,
eu possa eliminar,
da minha vida,
as sombras nefastas,
o não ter, perto de mim,
presenças tão queridas
e a tristeza das horas.


Copyright © 2012 by Lou Correia
All rights reserved.


domingo, 15 de julho de 2012

Vinho&Vida(2)

Dydha Lyra


Meu vinho,
em ti bebo o instante,
saboreando lembranças,
selecionadas e colhidas
no pomar de ontem,
vicejando, exuberantemente,
(na geografia acidentada do querer).
O desejo
sorvo-o nos lábios rubros da quimera,
pura sedução, incitamento,
plenitude fulgente.
Nossos olhares não mais se cruzam,
nossas mãos não mais se tocam...
(e nem se procuram),
na mansidão solene de nosso quarto.
Como aves de arribação,
vivemos o melhor tempo
(que durou uma ilusão)!
Não mais que de repente,
em nós se fez outono.
Silentemente, levantamos voo
para o céu que construímos,
(na inconsciência dos anos),
na introspecção do exílio
da solidão a dois.
E tu, meu vinho,
como um velho sábio,
ensinas-me,
com teu silêncio amadurecido,
a erguer um brinde à vida,
quando em nós se fizer adeus.


Copyright© primavera 2011 by Dydha Lyra
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sábado, 14 de julho de 2012

Meu sonho, meu bem
Lys Carvalho


Quando penso que tudo acabou,
ainda resta um pouco de mim
para acariciar teu rosto,
num gesto tímido de amor.

Acalentar a saudade,
com as lembranças vivas
de um amor maior.
Sentir teu cheiro no ar
e ouvir tua voz,
no silêncio da noite.

Essa magia de sentimentos ocultos
é o que acalenta minha alma,
meus sonhos e meu bem-querer!
Copyright © 2012 by Lys Carvalho
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terça-feira, 22 de maio de 2012

Tua musa
Valderez de Barros


Ah, como quero que sejas
O cobertor que me cobre;
Que, delicado, me envolvas,
Sem que nada falte ou sobre!

Ah, como quero que encostes,
O rosto em meu travesseiro,
Pra que em sonhos me deleite,
Sentindo teu doce cheiro!

Se assim for, serás então,
Minha paixão verdadeira,
Dono do meu coração.

E em versos, em fantasia,
Serei tua musa primeira,
Como sonhei ser um dia.


Copyright © 2012 by Valderez de Barros
All rights reserved


segunda-feira, 21 de maio de 2012

O trem
Lys Carvalho


Da janela vejo o trem passar
ligeiro, e a fumaça a rolar
pela chaminé.
.
O apito, clamando como um adeus,
soa forte e doído, na lembrança
do passado distante de outrora.
.
Segue assim, nos trilhos, seu destino.
Quem sabe de onde veio ou para onde vai...
Passageiros, sentados junto à janela,
deslumbram-se, encantados,
com as paisagens verdes das montanhas!
.
Assim segue viagem,
deixando para trás as lembranças sofridas.
E meu olhar, da janela, acompanha o trem,
que passou veloz,
e levou consigo meus sonhos de mulher!
.
Copyright © 2012 by Lys Carvalho
All rights reserved.

domingo, 6 de maio de 2012

Último desejo


Acerco-me de ti
a estas horas mortas,
sem esperanças
do teu perdão.
Não ouso macular o teu retiro
chamando-te à porta,
interrompendo sonhos
que não são por mim.

Exponho feridas abertas
que me atormentam,
deixando trôpego
o andar despovoado
de viageiro inquieto
no final da senda,
carregado de culpas.
Um olhar. Um gesto.
Só o que peço
para adormecer em paz.


Copyright © 2011 by José Alberto Costa
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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

As poetisas Lys Carvalho e Valderez de Barros logo após tomarem posse no quadro de sócios honorários da Academia Maceioense de Letras, dia 25 de janeiro, em sessão festiva presidida pelo poeta Cláudio Antônio Jucá Santos, no Pajuçara Praia Hotel. Elas integram o Grupo Literário Movimento da Palavra.